quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Avenida Gomes de Matos é exemplo de desorganização

(Foto: MAURI MELO)
Caos. Tudo acontece na avenida Gomes de Matos, no Montese. As calçadas são tomadas por carros estacionados e os pedestres, sem passeio, têm de andar pelo asfalto. Os emaranhados de fios e as várias fachadas causam poluição visual. O excesso de informação mais confunde do que transmite qualquer mensagem. Pior quando os carros de som anunciam promoções em alto volume. A população joga lixo nas ruas e as leis de trânsito são desrepeitadas. "A avenida é símbolo da desorganização urbana e da falta de controle urbano", define o arquiteto José Sales Costa Filho, professor de planejamento urbano da Universidade Federal do Ceará (UFC). De acordo com ele, a avenida Gomes de Matos tem um alto significado econômico para Fortaleza, mas a desorganização urbana é total. É oficina mecânica sobre a calçada. Carros estacionados no passeio. Feira nas calçadas e material de construção obstruindo a passagem de pedestres. "Quem perde com isso é o transeunte, que não tem espaço pra se movimentar". Ele afirma ainda que a poluição visual é gritante. "Tem tanta informação, tanta informação, que não chegam ao destinatário, porque estão sobrepostas umas às outras. Placas de pontos de ônibus, sinalização de trânsito, propaganda institucional, fachadas", enumera. Trânsito Dados da Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e Cidadania (AMC) apontam que houve 108 acidentes na avenida Gomes de Matos durante o ano de 2007. Duas pessoas morreram e 47 ficaram feridas. Os números são maiores que em 2006, quando houve 103 acidentes, ninguém morreu e 46 pessoas ficaram feridas. Os problemas se confirmam na palavra de quem passa pela avenida. Para o auxiliar administrativo, Roberto Forte, 28, o estacionamento é um problema. "É essa bagunça aí. Os carros ficam na calçada. O pessoal é obrigado a andar pela rua", disse. Ainda com relação ao trânsito, a gerente de restaurante Régia Braga, 34, aponta que os buracos na via obrigam os veículos a pararem bruscamente, o que é perigoso pelo risco de colisão. "Fica perigoso também para o pedestre", disse. Ela cita como exemplo o buraco existente na esquina com a rua Alan Kardec. "O trânsito é muito rápido e precisa de organização, de sinalização horizontal", completa o representante comercial José Matias Leal Bezerra, 40. A comerciante Mônica Lima, 41, reclama do barulho. "Um problema é o som de propaganda. O comércio precisa de propaganda, não precisa é ferir o ouvido dos outros. É preciso colocar limites", disse, acrescentando que, às vezes, ela própria vai pedir que baixem o volume. O auxiliar administrativo Amison Kenies, 25, já se preocupa com a aproximação das chuvas. "Fica tudo inundado, muito sujo, porque as pessoas jogam sacolas de lixo na calçada", destaca.

Nenhum comentário:

Postar um comentário