quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

AVENIDA GOMES DE MATOS - Calçada é terra de ninguém

DIARIO DO NORDESTE(24/09/2007) - É possível encontrar de tudo nas calçadas da Av. Gomes de Matos, mas pedestres são obrigados a caminhar pelo meio da viaA esquina final da Avenida Três Marias, no Montese, é o marco inicial de um verdadeiro suplício para motoristas e pedestres da Capital. Nesse ponto, começa a Av. Professor Gomes de Matos, via coletora à margem da qual se situam bancos, oficinas, lojas e outros estabelecimentos comerciais. De sentido apenas sul-norte, a via liga bairros como Parangaba e Maraponga a outros como Centro e Benfica, sendo uma das mais movimentadas da cidade.As calçadas da Gomes de Matos - quando existem - são retratos alarmantes da ocupação irregular do espaço público em Fortaleza. Muitos carros estacionados, trailers de lanche, vendedores ambulantes com ou sem barracas, elevadores de carro, colchões e todo tipo de artigos comerciais prejudicam a passagem dos pedestres.O resultado não poderia ser outro. A via sofre constantes engarrafamentos. Só no primeiro semestre de 2007, 48 acidentes, incluindo uma morte, foram registrados na avenida, segundo números da Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e Cidadania(AMC).Entre as ruas Sátiro Dias e Desembargador Praxedes, a calçada dá espaço aos conhecidos ´Peixeiros da Gomes de Matos´. Além de peixes, os cerca de 36 ambulantes vendem frutas, verduras e até veneno para ratos. Há deles que trabalham ali há mais de 20 anos. A vendedora Silvania Lima da Silva, 24, diz que não sai do lugar. ´Faz tempo que a Prefeitura promete construir um mercado pra gente´, reclama. ´Enquanto não construírem, a gente continua aqui´, acrescenta.A ocupação indiscriminada do passeio serve de desculpa para que mais comerciantes façam o mesmo. O gerente da loja ArtCar, Assis Saraiva, cuja área toma toda a calçada, reconhece que a passagem dos pedestres é prejudicada. ´Todos os lugares aqui são assim´, justifica. Ao lado, o gerente da Pavel AutoPeças, diz que os dois elevadores de carro existentes foram autorizados pela Prefeitura. ´Deixamos um espaço para o pedestre passar´, atenua.O início desse mesmo quarteirão, a partir da rua Alfredo de Castro, em frente a loja matriz da AutoPeças Padre Cícero, é um dos pontos mais críticos. O estabelecimento expõe extintores de incêndio, capôs e para-choques de veículos. Mecânicos realizam consertos em carros na calçada. Ambulantes vendem de capas de celulares a portas-cds. Há também quiosques de chaveiros e lanches.O prejuízo aos pedestres é reconhecido pelo gerente da loja, Jonas Soares. ´Podemos pensar numa forma de expor os produtos dentro da loja´.Sem lugar nas calçadas, a população só tem a opção de dividir espaço com os carros. Quando avista a esquina da rua Alfredo de Castro, a doméstica Marluce Viana Santana Lúcia, 27, desvia logo para o asfalto da avenida: ´Não gosto de passar por aqui. Já corri até risco de atropelamento´. O ciclista desempregado Jesus Nazareno de Lima, 64, conta que chega a passar mais de cinco minutos para conseguir passar de um lado para o outro. Para ele, falta mais sinalização na avenida. Basta percorrer a Gomes de Matos para perceber que seu Nazareno tem razão. em 06/11/2007 09:59:36

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